HISTORIOGRAFIA

História é um vocábulo de origem grega que significa “ conhecimento por meio de uma indagação”. Ele deriva de hístor: ´sábio´ ou ´conhecedor´.

Para Aurélio Buarque de Holanda Ferreira(1910-1989), escritor e lexicógrafo, “ história é a narração metódica dos fatos notáveis ocorridos na vida dos povos, em particular, e na vida da humanidade, em geral.”

Já para o historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), “A História é o estudo do que os homens do passado fizeram, da maneira pela qual viviam, das ideias que tinham... Em resumo, a História é a soma do estudo dos costumes do passado, com a descrição dos acontecimentos havidos, mostrando como viviam e o que realizaram os homens que nos precederam.”

A história é testemunha do tempo, a luz da verdade, o vigor da memória, a professora da vida, a mensageira da antiguidade (Cícero).

A História enquanto disciplina escolar é a ciência que possibilita ampliar estudos sobre as questões atuais situando-as nos diversos períodos históricos, servindo como base afim de refletirmos sobre as possibilidades e/ou necessidades de mudança e/ou continuidade.

POR UMA COSMOVISÃO CRISTÃ

É o processo através do qual Deus se revela no espaço e no tempo como Criador, Redentor e Santificador.
O foco está na forma como a Trindade se manifesta e age na história de salvação da humanidade.
A Trindade aqui é vista mais como um processo que envolve o plano de Deus para salvar o homem, e a forma como Ele se revela ao longo deste processo.
(BARBOSA, Ricardo. O caminho do Coração, Ed. Encontro).

História é a ciência que busca entender como os homens se organizaram e se desenvolvem desde o passado até nossos dias, manifestando, desta forma, a vontade soberana ou permissiva de Deus.

Sob uma ótica cristã, a história busca interpretar o passado, tendo em vista a compreensão do presente. O objetivo é adquirir consciência do que fomos para transformar o que somos para melhor, de um passado sem Deus a um presente com Deus.

A história é um memorial da história de Deus, para que a posteridade possa conhecê-lo, relembra-lo e cantar seus louvores. (Perry Miller).

Contradição: origem do conhecimento histórico


Heródoto, também conhecido como o pai da história, foi um grande historiador e geógrafo dos tempos antigos. Viveu entre 485 a.C e 425 a.C. Nasceu em Halicanarsso, que hoje é Bodrum, na Turquia. 

Heródoto foi criado pelo seu tio Pamiatis que lhe ofereceu uma boa educação e também muitas viagens pelo mundo antigo. Foi o primeiro não só a gravar o passado mas também a considerá-lo um problema filosófico ou um projeto de pesquisa que podia revelar conhecimento do comportamento humano. A sua criação deu-lhe o título de "pai da história" e a palavra que utilizou para o conseguir, historie, que previamente tinha significado simplesmente "pesquisa", tomou a conotação atual de "história".
Isaías 30:8: “Vai, pois, escreve isso numa tabuinha perante eles, escreve-o num livro para que fique registrado para os dias vindouros, para sempre, perpetuamente.” 

Isaías viveu em Israel aproximadamente 724 a 688 a.C. . Enquanto era profeta em Israel recebeu orientação Divina acerca dos dias vividos e acontecimentos que se sucederiam e como ele deveria proceder . Ele registrou tudo, desde Suas profecias até os episódios testemunhados. Muito anterior à experiência de Heródoto, Isaías já registrava os fatos que lhe eram contemporâneos. Deste forma podemos concluir duas coisas a partir deste relato: 


A História é uma ciência divina. Deus é quem nos aconselha a anotar e analisar os registros do passado para servir de memorial para que as gerações futuras aprendam. A importância deste registro como instrumento de aprendizado para as futuras gerações e declarado em diversas passagens do texto bíblico.

O TEMPO CRONOLÓGICO E O TEMPO HISTÓRICO

Em história, a palavra “tempo” pode assumir dois sentidos diferentes: tempo cronológico e tempo histórico. 
O tempo cronológico diz respeito à medição do tempo. 
Os calendários e a divisão do passado, presente e futuro fazem parte do tempo cronológico. 
O tempo histórico diz respeito ao registro de uma época e de seus costumes. Em uma mesma cultura, podem conviver diversos tempos históricos.

O REGISTRO DO TEMPO

As sociedades registram o tempo de maneiras diversas, de acordo com seu modo de vida e sua cultura.
Exemplos disso são as diferenças entre os calendários judeu, cristão e muçulmano.

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Além de contarem o tempo a partir de eventos diferentes, cada um desses calendários usa uma medida de tempo distinta: o calendário judaico alterna anos lunares com anos de 383, 384 ou 385 dias, o cristão baseia-se no ano solar (de 365 ou 366 dias) e o muçulmano tem como base o ano lunar (de 354 ou 355 dias).


O TEMPO E AS SUAS DURAÇÕES

Os fenômenos históricos possuem durações de ritmos variados:
—Fenômenos de curta duração: marcados pelos dias, episódios limitados pelo tempo imediato.
—Fenômenos de média duração: marcados por décadas, conjunturas.
—Fenômenos de longa duração: chamados de estruturais pois só é possível compreendê-los dentro de um período de tempo maior (séculos).

AS FONTES HISTÓRICAS

Documentos ou fontes históricas constituem nos registros, vestígios culturais, marcas da presença humana no tempo.
O historiador examina e interpreta estes documentos para construir um conhecimento sobre o passado.
As fontes históricas são classificadas em: escrita, iconográfica, material e oral.

ESCRITAS
•Documentos oficiais e particulares.
•Publicações, trabalhos científicos e de imprensa, cartas, diários.

ICONOGRÁFICA OU IMAGÉTICA
•Manifestações artísticas em geral (músicas, desenhos, danças, pinturas, esculturas, fotografias, filmes).
•Dados estatísticos.

VESTÍGIOS MATERIAIS
•Vestígios arqueológicos, construções e objetos do dia a dia (adornos, roupas, utensílios, ferramentas de trabalho).

FONTES ORAIS
•Entrevistas, músicas, contos, lendas, mitos e fábulas.

CULTURA

A palavra cultura abrange várias formas artísticas, mas define tudo aquilo que é produzido a partir da inteligência humana. Ela está presente desde os povos primitivos em seus costumes, sistemas, leis, religião, em suas artes, ciências, crenças, mitos, valores morais e em tudo aquilo que compromete o sentir, o pensar e o agir das pessoas. Ela pode ser de dois tipos: material e imaterial.

Patrimônio Cultural Imaterial são práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas transmitidos de geração em geração e constantemente recriados pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. São exemplos de patrimônio cultural imaterial danças, cantigas de roda, modos de fazer como a culinária, artesanato.

Capoeira
O Patrimônio Cultural Material é formado por um conjunto de bens culturais classificados segundo sua natureza: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas. 
São exemplos deste patrimônio: monumentos, objetos, construções.

Pelourinho em Salvador (BA)

ENEM 2014
Questão 37

Queijo de Minas vira patrimônio cultural brasileiro

O modo artesanal da fabricação do queijo em Minas Gerais foi registrado nesta quinta-feira (15) como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O veredicto foi dado em reunião do conselho realizada no Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte. O presidente do Iphan e do conselho ressaltou que a técnica de fabricação artesanal do queijo está "inserida na cultura do que é ser mineiro”. 
Folha de S. Paulo, 15 maio 2008.

Entre os bens que compõem o patrimônio nacional, o que pertence à mesma categoria citada no texto está representado em:

a) Mosteiro de São Bentó (RJ)


b) Tiradentes esquartejado (1893), de Pedro América


c) Ofício das paneleiras de Goiabeiras (ES)


d) Conjunto arquitetônico e urbanístico da cidade de Ouro Preto (MG)


e) Sítio arqueológico e paisagístico da Ilha do Campeche (SC)


Resposta Correta: C

O papel de cada um na preservação do patrimônio cultural

Equacionar a proteção do patrimônio cultural e a expansão urbana é um desafio não só do poder público, mas também dos cidadãos

Através do IEPHA/MG, a O3L Arquitetura está desenvolvendo o projeto de restauração da Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres, no distrito de Milho Verde, no Serro - O3L Arquitetura
Através do IEPHA/MG, a O3L Arquitetura está desenvolvendo o projeto de restauração da Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres, no distrito de Milho Verde, no Serro

Preservar e cuidar da manutenção do patrimônio cultural construído é um grande desafio da atualidade. O crescimento das cidades, a expansão imobiliária, o déficit habitacional e os impactos ambientais constituem fatores que desafiam os gestores públicos a confrontar o desenvolvimento eminente, com a necessidade de minimização de impactos ambientais e sociais.

No âmbito do patrimônio cultural, esforços têm sido canalizados visando a consolidação de uma política de proteção de acervos, assim como ações efetivas de restauração de bens culturais que se encontram em estado de conservação ruim.
Ao circular pelas cidades do interior do país, observa-se, com frequência, a degradação de inúmeros imóveis seculares, de valor artístico e cultural, de propriedade particular ou pública, que lamentavelmente dão lugar a outras edificações. Estas surgem de maneira abrupta e se sobrepõem à paisagem vernacular, tradicional, desconsiderando todos os condicionantes conformadores do espaço urbano e sua história. Desse modo, a leitura espacial e sua compreensão ficam comprometidas, uma vez que os suportes físicos da memória das cidades são apagados, dando lugar a construções que não dialogam e não respeitam o meio existente.

Algumas iniciativas se fazem válidas ao resgatar e garantir a permanência da identidade cultural, além de incentivar outras ações que atuarão na manutenção da memória coletiva. O poder público estadual, através do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais –IEPHA/ MG, empenha-se na preservação e conservação de monumentos religiosos, civis, fazendas e inúmeros elementos artísticos integrados que compõem o rico acervo cultural mineiro, que carece de atenção e cuidados especiais.

Neste contexto, o patrimônio cultural de Minas Gerais registra um importante passo na conservação de parte de seu acervo, através da iniciativa do governo estadual, ao colocar em prática ações que intervirão diretamente na manutenção de importantes monumentos distribuídos no território mineiro.

Minas Patrimônio Vivo é um programa da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, que visa a proteção do patrimônio cultural de Minas Gerais. Idealizado e coordenado pelo IEPHA/MG, o programa estabelece ações de restauração de bens culturais protegidos pelo estado, atividades de educação patrimonial, documentação e difusão de inventários, inspeção e vistoria aos bens, instalação de alarmes contra furtos e sistemas de proteção contra incêndio. O programa conta também com as parcerias do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, das Secretarias de Estado de Turismo e Educação, do Ministério Público de Minas Gerais, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.

Em fevereiro deste ano, foram assinadas ordens de serviços para a execução de obras de restauro e projetos executivos de restauração dos seguintes bens culturais:



A Igreja Matriz de São Gonçalo, no distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras, também no Serro, é outro exemplo de patrimônio que passa por processo de restauração, coordenado pela O3L Arquitetura, por meio do IEPHA/MG- Conclusão da obra de restauração arquitetônica da Igreja Divino Espírito Santo do Cerrado, em Uberlândia;

- 1ª etapa da obra de restauração arquitetônica da Igreja Matriz de Santo Antônio, em Itacambira; 
- 2ª etapa das obras de conservação-restauração dos elementos artísticos integrados da Igreja Matriz de Santana, Congonhas do Norte;
- Conservação-restauração dos elementos artísticos integrados da Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, distrito de Alto Maranhão, em Congonhas;
- Elaboração de projeto executivo de restauração arquitetônica da Igreja de Santa Isabel da Hungria, em Caxambu;
- Conservação-restauração dos elementos artísticos integrados, retábulo-mor e restauração e remontagem do forro da capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção da Lapa, distrito de Ravena, em Sabará;
- Projeto executivo de conservação-restauração, com inclusão de análises científicas e documentação por imagem, dos elementos artísticos integrados da Igreja de Santo Antônio, em Santo Antônio do Pirapetinga, distrito de Bacalhau, em Piranga;
- 1ª etapa de obra de restauração do Sobrado Dario Magalhães, em Minas Novas;
- Projeto executivo de restauração da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, distrito de Brejo do Amparo, em Januária;
- Projeto executivo de restauração da Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres, distrito de Milho Verde, no Serro;
- Projeto executivo de restauração da Igreja Matriz de São Gonçalo, distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras, no Serro;
- Projeto executivo de restauração da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Aparecida, distrito de Córregos, em Conceição do Mato Dentro;
- Projeto executivo de restauração da Capela do Senhor dos Passos, distrito de Córregos, em Conceição do Mato Dentro;
- Projeto executivo de restauração da Igreja de São Francisco de Assis, distrito de Costa Sena, em Conceição do Mato Dentro;
- Projeto executivo de restauração arquitetônica e projeto de conservação-restauração dos elementos artísticos integrados da Igreja Matriz de São Francisco de Assis, em Minas Novas;
- Projeto executivo de restauração arquitetônica e projeto de conservação-restauração dos elementos artísticos integrados da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Minas Novas.

Inúmeras outras ações são pioneiras e merecem ser lembradas. O programa de repasse do ICMS aos municípios - critério patrimônio cultural, estabelecido pela lei estadual 18.030/2009 – conhecida como Lei Robin Hood, já dispõe de grande adesão por parte dos municípios mineiros. Anualmente, trabalhos de catalogação do acervo, instauração de processos de tombamento, implementação de projetos de educação patrimonial, registro do patrimônio imaterial e fundo municipal de preservação do patrimônio cultural são atividades que podem ser desenvolvidas pelos municípios com efeito de pontuação no programa de repasse da quota do ICMS, critério patrimônio cultural. Minas Gerais é o estado da federação pioneiro no estabelecimento desta política pública de incentivo e descentralização das ações de preservação do patrimônio cultural local.

A atuação da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, vinculada ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais, também tem colocado em prática ações de vistoria, fiscalização, acompanhamento e orientações às comunidades detentoras de acervos culturais. Atualmente, o órgão publicou o Manual Básico de Segurança e Conservação do Patrimônio Cultural Sacro, cujo conteúdo, destinado às paróquias e às comunidades guardiãs do patrimônio religioso, apresenta normas e procedimentos na conservação e manutenção do acervo sacro.

De uma maneira mais tímida, registra-se também tentativas de recuperação de edificações históricas através da iniciativa de particulares em manter e revitalizar seus imóveis. Apesar de todas as dificuldades, tais intervenções garantem e contribuem na manutenção de verdadeiros suportes da memória coletiva das cidades.

Equacionar a proteção do patrimônio cultural e a expansão urbana é um desafio não só do poder público responsável pela gestão das cidades, mas também dos cidadãos, principais guardiães e interessados no desenvolvimento do seu habitat com qualidade sustentável. De um lado, os poderes legislativo e executivo devem estabelecer uma ligação entre as políticas de uso e ocupação dos solos com a política de proteção do patrimônio cultural, na qual se estabelece os meios e mecanismos de proteção do acervo cultural, garantindo a eficácia no cumprimento do que é determinado em lei. A comunidade, por sua vez, deve se responsabilizar pela guarda e difusão deste acervo, entendendo-o como parte inerente de sua própria história.

Apenas uma gestão integrada com os principais atores desempenhando suas funções adequadamente poderá garantir melhor qualidade e controle na construção e manutenção do habitat do século 21.

*A O3L Arquitetura é uma empresa que atua área da construção contemporânea de baixo impacto ambiental e do patrimônio cultural, sediada na cidade de Belo Horizonte/ MG. Daniel Quintão especializou-se em Arquitetura de Terra - técnicas vernáculas, pela Ecole Nationale Supérieure d'Architecture de Grenoble e Laboratório CRATerre, França. Participou do desenvolvimento de projetos e obras de construções em terra junto à empresa francesa AKTerre - Construction et Matériaux en terre, instalada na região de Grenoble, Ródano - Alpes, além de elaborar inventários de bens culturais no âmbito do programa do ICMS Cultural no estado de Minas Gerais. Frederico Prates especializou-se em História da Cultura e da Arte pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG. Desenvolve trabalhos na área da restauração e intervenção em bens culturais e possui ampla experiência nos trabalhos do ICMS Cultural junto a vários municípios mineiros.

REVISANDO O QUE APRENDEU EM SALA...

Confira no link abaixo a aula em Ppt que usamos em sala acerca do conteúdo. Bons estudos!!!


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